
Luiz José Álvares Rubião Nasceu na cidade de Carmo de Minas,
em 08/08/1876, mas fez sua atuação como agrimensor e intelectual em Varginha.
Ingressou na literatura sob o pseudônimo de Diabo azul. Perdeu a esposa cedo e
com ela teve três filhos, Aurélia Rubião, Josefina Rubião e Augusto Rubião, também escritor.
O livro procura mapear peixes do Sul de Minas e
sistemas de pescas regionais. A metodologia usada provém da experiência do
próprio autor, um homem que, durante toda a vida, praticou e amou a arte da
pesca. Segundo Roberto Sales, nessa obra, Álvares Rubião "descreve a
morfologia de cada espécie, os hábitos alimentares, curiosidades, a melhor
forma de degustação da carne e, em alguns casos, apresenta aforismos,
brocardos, ditos e quadras populares ilustrativos" retirados do universo dos
amantes da pescaria. A obra faz parte do Acervo Cultural Amilcar Martins e se
encontra localizada na Coleção Mineiriana.

A obra reuniu contos que o autor tinha espalhado em
jornais e coletâneas, ou rascunhados em casa. O volume contém 15 contos em tom
satírico e humorístico. São eles: O leão do mar, As
calças do Matias, O Sucão de Catingueira, O comprador de bondes, Um almoço que
escorrega, O lobisomem, A desforra do Frutuoso, A traidoria, O dia dos leões,
João Macaco, Agraços da vida, O largatão de Tia Chica, Os eixos, Ó de casa e O
diabo no convento. Os contos falam de maneira
bem humorada sobre o homem do interior e seus problemas:
" As situações apresentadas são as mais
prosaicas da vida cotidiana, essas que parecem desprovidas de grandeza e glória
e, no entanto, movem o mundo: o trabalho nos engenhos de açúcar e fazendas, a
criação de animais domésticos para subsistência familiar, as mulheres com seus
fogões, lenha e panelas, os fandangos noturnos dos arraiais, as atividades da
caça e da pesca, missas e orações na igreja, etc".
O livro chegou a concorrer como finalista ao prêmio
literário Otton Lynch B de Mello, da Academia Mineira de Letras ao lado do Ex-mágico,
do sobrinho Murilo Rubião. Na ocasião, Álvares
Rubião chegou a escrever ao seu irmão Eugênio sugerindo que o prêmio fosse
dividido entre os dois autores, tio e sobrinho. O júri, entretanto, tinha ideias
próprias e entregou a totalidade do prêmio ao mais talentoso Murilo Rubião.
Legado
Álvares Rubião foi escolhido como patrono da décima
quarta cadeira da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências.
Referências
Rubião,
Álvares (1912). A pesca no estado de Minas. Juiz de Fora: Typographia Brasil.
157 páginas
«Publicações sobre a história de Varginha».
Fundação Cultural de Varginha - MG. 24 de fevereiro de 2017
Rubião, Álvares (1947). O leão do mar. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira. 243 páginas
Sales, José Roberto (2011). Aurélia Rubião. Vida e arte. Varginha:
Edição do autor. pp. p. 67
«ICAM - Instituto Cultural Amilcar Martins».
www.icam.org.br (em inglês). Consultado em 6 de dezembro de 2017
Cabral, Cleber Araújo (2016). Mares
interiores: correspondência de Murilo Rubião e Otto Lara Resende. Belo
Horizonte: Autêntica. pp. 224 p.